terça-feira, 24 de maio de 2011

Categorias Gramaticais... O Gênero. (Parte 1)

Quando lemos : "MENINA", sabemos que tal vocábulo indica um gênero, o feminino. Por quê? Simples: O morfema -A indicado no final desta palavra, carrega uma informação gramatical que enquadra o vocábulo "MENINA" na categoria de Gênero feminino. Como percebemos isso? Leonor Scliar nos responde falando sobre essas "formas fixas" ou morfemas gramaticais: "A significação recorrente que essas formas apresentam, mais a ordem de colocação em relação a determinados radicais ou temas e/ou entre os próprios flexivos, sua distribuição e privilégios de ocorrência, determinam o agrupamento em classes." No nosso vocábulo em questão, sabemos que de forma recorrente, o -A, assim como está colocado no final da palavra, tendo ocorrido em várias outras palavras como BONECA, LOBA, BELA, e muitas outras, marca o gênero feminino. Mas isso não nos é novo... Não é? Geralmente o que termina em A é feminino! Algo que talvez não saibamos é que o -O na verdade não é marca de masculino, ou seja, o masculino no português, é "marcado pela  ausência", o MORFEMA ZERO, nome bonito para essa ausência que marca; percebemos que é masculino pela ausência do morfema gramatical que marca o feminino, nesse caso, a ausência do "-A". Então o que é o "-O"  de "MENINO" se não marca do masculino? As opiniões dos teóricos variam, mas a que estamos adotando, que é a de acordo com MATTOSO CÂMARA JR, é a de que este "-O" seria uma VOGAL TEMÁTICA NOMINAL. Tal vogal temática nominal seria a responsável por enquadrar o vocábulo no paradigma dos nomes, ou seja, é por essa vogal temática nominal que sabemos que MENINO é um nome e não um verbo, ou seja, nesse caso, enquadra o vocábulo MENINO no paradigma dos NOMES, assim como faz com LOBO, BELO, CLARO, e tantos outros vocábulos que estão no mesmo "time", no mesmo paradigma dos nomes sendo indicados pela vogal temática "-O". 

Bem, toda essa reflexão nos faz perceber que, em Português, quando pensamos em nomes, logo procuramos enquadrá-los em um gênero, e conseguimos fazê-lo pelas características que o vocábulo apresenta-nos em sua forma. Separamos os vocábulos "sexualmente" e fazemos a sua oposição de gênero, feminino para masculino e vice-versa. Nem sempre é assim, se refletirmos linguísticamente sobre a categoria gramatical do Gênero perceberemos que nem tudo é tão separadinho em masculino e feminino... (Até a Língua, rsrsrs)  Mas há várias questões do gênero na Língua, e como sabemos, nossa língua não nasceu pronta, nem está pronta, ela modificou-se durante o tempo e continua se modificando. O que nos importa aqui, é que para que entendamos, no recorte atual de nosso sistema linguístico, as mais variadas questões de Gênero, precisamos as vezes recorrer à história da língua, ou algumas vezes o atual se explica pelo próprio sistema. Enfim, seguem algumas considerações baseadas em MATTOSO sobre o Gênero...

(Continuarei amanhã... Já é tarde... Mas amanhã termino... Até lá...)

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